25 de mar. de 2014

SOBRE FOFOCA E REDES SOCIAIS

Fofoca é feito chifre: só dói quando você fica sabendo. Se ninguém revelar nada e você não tomar conhecimento de que estão falando mal de sua tão impoluta pessoa, tudo se acalma nas Condições Normais de Temperatura e Pressão-CNTP, com dois beijinhos ou tapinha nas costas. Mas eis que agora existe o tal do Facebook e do Whats App pra fazer tudo o que é de informação (especialmente as infimamente irrelevantes) chegar ao nosso conhecimento. Eles são os maiores retransmissores de dados sobre a vida alheia. Mas a culpa é das redes? 

Nem a pau. As pessoas não estão MAIS fofoqueiras, apenas permanecem gostando de reverberar o comportamento alheio. Não importa se julgam positivo ou negativo: o negócio é falar. A humanidade sempre foi afeita a futricas; uns mais, outros menos, uns descaradamente, outros de forma velada, uns por passatempo, outros por profissão. Ou você não comentou sobre os casamentos ou as plásticas de Gretchen? Ou sobre o avantajamento corporal da mulher de Renato Aragão? Falar todo mundo fala e por isso mesmo é que fazem sucesso as revistas de fofoca, as colunas sociais e tudo o que disser respeito ao "se meter" no universo dos outros.

Talvez estejamos sentindo tudo isso com mais força pela exposição que nós próprios nos damos nas redes sociais. Se antes você não era "colunável" ou da "high society", o Facebook e o Instagram estão aqui para mostrar a sua viagem, o seu passeio, o seu restaurante, a sua palestra, suas relações sociais, suas felicidades e suas tristezas. Tudo de forma transparente ou editada. Você escolhe. E você também pode escolher sair das redes sociais, postar nada ou quase nada, ocultar fotos, editar grupos, limitar a visualização de seu perfil. Mas, não, você quer mostrar, você quer compartilhar com os amigos ou público em geral aquilo que você sente ou que quer mostrar que sente. Entrou na chuva? O mínimo que vai acontecer é você se molhar.

Estando mais exposto, obviamente que você se põe mais vulnerável a ser vítima de fofocas. A bronca é quando a fofoca não é apenas um repasse de informações sobre o outro, mas uma criação de histórias objetivando prejudicar alguém. Se virar boato, aí pode ter consequências complicadas. Acho que todo mundo já sentiu isso na pele e dói. Dói até mais do que chifre. De qualquer maneira, acho que o melhor é relaxar: do seu nascimento até o seu enterro, da maternidade ao cemitério você inexoravelmente será alvo de comentários. Nem se aperreie.

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