17 de out. de 2013

Relacionamento: a questão do foco

Uma amiga minha começou a fazer passeios de bicicleta. Primeiro, participou do encontro semanal dos iniciantes e, em pouco tempo, tomando gosto, foi para três vezes na semana. Fez amigos, passou a sair com eles, a marcar viagens, comprou bike nova e ficou mesmo aficcionada pela história. O marido, acostumado a tê-la em casa quando voltava do trabalho ou da farra (sim, o casal fazia parte do conhecido esquema "ele pode - ela não pode"), estranhou a nova mulher. Ela havia emagrecido, estava mais feliz, sempre cheia de novidades e desafios com o pessoal da bike. 

Quando ela pediu para se separar, a família e os amigos dela compreenderam perfeitamente: ela cansou de esperar por um homem que sempre chegava tarde em casa e viajava com os amigos. Ela cansou de ficar sozinha, de não ser prioridade e encontrou na turma de amigos os seus instantes de felicidade. O marido, a família dele e os amigos dele logo disseram: "isso foi por causa desse povinho da bicicleta, ela ficou doida, obcecada por isso, só fala nisso, até abandonou os filhos". Pois é: aos olhos de muita gente, Mariana ficou doida. Só que Mariana apenas quer viver, quer viver sem Pedro, sem as chatices dele, os vícios, as manias, o abandono.

Os relacionamentos acabam por diversos motivos, mas o importante, quando analisarmos por que deixamos ou por que fomos deixados, é pensar que a vida da gente funciona com as cargas de energia que a gente vai dando e levando; e para onde essa energia está sendo direcionada. Dá para pensar, então, que é uma questão de direcionamento, de foco. Colocamos nossas energias em algumas pessoas e atividades durante anos. Até que chega a hora em que a gente abusa e a atenção é desviada para outras coisas. Pode ser um lazer, o trabalho, uma ação social ou até um novo amor. O foco simplesmente muda. Foi o que aconteceu com Mariana. Ela cansou da vida de esperar por Pedro. E mudou o foco!

Divirta-se, Mariana!

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