
Penso haver
sido criado um padrão de comportamento das mães de hoje que se opõe à vida que
elas viveram. Querem o natural: dar aos filhos o que nunca tiveram. Mas será
que não estamos exagerando? Talvez doar-se demais não eduque, sufoque! Vejo fatos interessantes nas duas escolas em
que ando: mães que vão deixar os seus filhos e na escola mesmo ficam, esperando
o final da aula, as que falam com os professores diariamente, as que não sabem
quem são os professores, as que vão requerer à diretoria a mudança da nota do
filho (por achá-la injusta), as que não sabem a série da criança. Presencio
ainda algumas disparidades, discriminações veladas e escancaradas mantidas
pelas próprias mães. A que trabalha julga que a dona de casa ou a dondoca tem insuficiência
de cognição, enquanto que as donas de casa dizem que os filhos das
trabalhadoras são criados soltos demais. Mas será que não estamos prendendo
demais essas crianças?
Ontem mesmo, durante as provas Enem, o que tinha de pai e mãe esperando no portão ansioso pelo filho... Talvez eu esteja errada em esconder o meu estresse só para mim, mas não quero que a minha expectativa seja a expectativa de meus filhos. Será que o excesso de atenção não nos prejudica e também a eles? Tudo em excesso é demasia, até mesmo o amor e o zelo.
Entre tantas
dúvidas que rondam minha mente culpada, uma coisa é certa: não há fórmula para
educar. Nem mesmo seguir a regra do amor é garantia de sucesso na educação dos
pequenos. Todos conhecemos seres humanos execráveis que são filhos de uma
estrutura tida como perfeita: casal formado por papai e mamãe, casa na praia,
cachorro, viagens e toda atenção do mundo. Todos também conhecemos filhos de
famílias desestruturadas que são excelentes pessoas, tanto profissionalmente
quanto emocionalmente.
Ontem, o
pai de um funcionário meu veio falar comigo para comunicar que o filho está
pedindo demissão, pois ele quer algo melhor para ele. O funcionário tem 28
anos. Pronto, depois dessa linha, nem quero escrever mais nada. Cansei...
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