30 de jan. de 2012

No desatino no siso



Apenas quem é decente
carrega saudades no peito,
daquelas que não tem jeito,
que não dá pra esquecer.
Dor aguda, fina, moída,
do peito aberta a ferida
que insiste em não fenecer.

Não há remédio ou encanto
que cure a dor da tua ausência
pois se o que agora é pranto
um dia já foi querença,
é porque não há tua morte,
não te arrancarei de mim.
E se o destino insano,
por pena ou mesmo por sorte,
Compensar-me com o teu sim
há de haver entre dois uma avença
Entre um não, um talvez e um fim.

Meu sentimento não morre
Não vai embora sem mim
e se é justo tomar um porre
para lembrar de meu fim
faço sem temer destino,
Sem esperar teu aviso
Contente feito menino
No desatino do siso
Do riso que inda hoje me corre.

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