10 de nov. de 2013

Eu quero ver o bom no ruim

Começo a sentir na pele esta frase que ouvi há décadas. Não por mim - minha única e incurável doença é a saudade e disso já sei que não morro - , mas por algumas pessoas próximas, cujo organismo começa a mostrar que não somos os super-heróis que imaginávamos. Antes, eram apenas os avós e pais dos amigos que se findavam; agora, são os próprios amigos que padecem de alguma bestialidade do destino. 

O que me espanta é ver que muitas dessas pessoas terminam ficando sozinhas. Aquele cara que pagava a conta para todo mundo no restaurante hoje está confinado em hospital residência e mal recebe a visita de quem já lhe deu tantos tapinhas nas costas. Aquela moça, presença certa nas baladas, não faz mais parte da juventude, perdeu-se no tempo e na lembrança. O primo rico, que vivia rodeado de mulheres bonitas, perdeu a fortuna e, junto com ela, as companhias sempre tão solícitas. O ex-colunista social sequer é convidado para as festas, saiu do mailing. Não recebe nem cartão de aniversário de político. Morreu.

Amigos de verdade a gente conta nos dedos. O resto é amigo do trabalho, de farra e de interesse (mútuo, muitas vezes). O que a gente precisa saber é que somos importantes na vida de algumas pessoas, mesmo com todos os nossos defeitos. Encontre quem goste de você e que queira ficar com você no mau tempo. Porque o bom no bom é muito bom!

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