Saber que o certo é pede cachimbo e não pé-de-cachimbo foi uma grande frustração para mim, assim como na sexta-feira passada, quando descobri que bunda canástica é, na verdade, bunda canastra. Pensando nisso neste domingo engraçado, constatei que algumas coisas devem mesmo ficar no passado, principalmente nesse passado ingênuo.
Quando eu passava minhas férias no Crato (CE), eu lembro que a maior recomendação era não chegar perto da cacimba. Eu morria de medo daquela cacimba e só ia a uma distância de um quilômetro dela, com medo de ser sugada por ela. Outro dia soube que ela nem tinha tanta profundidade assim.
Mas uma das grandes lembranças dessa infância marcada pelas viagens em ônibus da Princesa do Agreste é a dos colares de catolé. Eram uns coquinhos que se vendiam em algumas paradas (sim, rolava um pinga-pinga da rodoviária no Cais de Santa Rita até o Crato), e eles eram amarrados por um cordão e viravam um colar. E a gente punha o colar e começava a comer coquinho por coquinho. Se quisesse guardar para outra hora, era só amarrar o cordão de novo. Mas o colar, claro, ia ficando cada vez mais curto, virava pulseira, virava anel e depois virava nada. Cabava!
Não fosse a forma como eles eram expostos (nos braços suados dos vendedores, uma tuia deles), essa recordação seria uma delícia. Como minha mãe me deixava comer aquilo? Como sobrevivi a isso sem uma grande infecção intestinal?
O problema é: ninguém nunca ouviu falar em colar de catolé. Passei anos procurando no Google e nada achava. Eu ficava pensando se isso existiu mesmo ou se teria sido mais um episódio de minha fértil imaginação. Mas hoje, neste domingo de muitas calorias, finalmente achei uma foto do colar de catolé.
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